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ÁUDIO - ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MÁRIO SASSI - Acervo Koatay 108

ÁUDIO - ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MÁRIO SASSI

Sem data
1 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
00:00
(Repórter)
        Tia Neiva, qual é a sua Missão no Vale do Amanhecer?'’

(Tia Neiva)
        Salve Deus! Essa Missão, eu faço dessa Missão o meu Sacerdócio, fiz aqui no Vale do Amanhecer. De forma que a minha Missão é o Doutrinador. Desde 1975… 957. Desculpe, eu não tenho noção muita do tempo mais, sabe? 1970… 1957! Eu não tenho noção do tempo, é horrível pra mim isso, sabe?

(Repórter)
        Quem era Tia Neiva antes do vale do Amanhecer e como se manifestou a sua Clarividência?

(Tia Neiva)
        Sim, minha filha, em 1957. No dia 1º de maio eu tive as primeiras manifestações. Eu era Católica Apostólica Romana, não admitia absolutamente uma manifestação dos Espíritos.

        Eu fiquei viúva aos 22 anos e fui trabalhar de motorista, trabalhava no… Trabalhei no transporte, trabalhei em diversos, no Brasil inteiro.

        E quando essa manifestação começou eu… foi horrível. Eu sofri três anos sem aceitar, e eu teria que anunciar o Doutrinador, porque o Doutrinador não existia. Existe agora por mim, eu que anunciei, eu sou, sempre digo que eu sou a Mãe do Doutrinador, me considero a Mãe Clarividente.

        E toda essa… essa minha missão, esse meu sacerdócio, é colocar o Evangelho no coração do homem, e por aí começou, começou essa grande jornada de cada dia, as pessoas, eu sentir amor pelas pessoas e as pessoas por mim. Eu amo as pessoas como se fossem meus filhos, como se eu tivesse visto a muitos anos.

        Inclusive, eu vivo as minhas encarnações e as encarnações das pessoas que estão perto de mim. Muitas vezes o senhor… O senhor me diz uma palavra, e eu fico vivendo aqui com o senhor uma época distante, não sei, sem espaço, sem tempo… e é uma vida… é muito complexa a minha vida de Clarividente, mas eu faço dessa missão o meu sacerdócio.

        Isso tudo que vocês estão vendo aqui é o princípio da minha missão. Ainda vamos fazer muitas coisas. Agora mesmo já vou fazer o Amanhecer do Jaguar, que já existe o Jaguar.

(Repórter)
        Quem é o Jaguar?"

(Tia Neiva)
        O Jaguar é o espírito primitivo… de cinco mil anos passados.

(Repórter)
        Quem é Seta Branca?"

(Tia Neiva)
        O Pai Seta Branca é o mentor Espiritual. É o mentor Espiritual desta Tribo, porque nós vivemos, nós somos aqui escolhidos por Tribos. Existem sete tribos e uma destas somos nós, somos…

        Temos o Espírito Espartano que mais nos marcou… e todo esse Brasil.

        É um Espírito Espartano, mas um espírito de muito amor, de muita experiência, espíritos já vividos de muitas conquistas, e agora estamos preparando a última conquista que será o terceiro Milênio.

        Nós queremos tirar do coração do homem, da mente do homem, essa imagem triste de que o mundo vai se acabar. O mundo não vai se acabar! Vai existir coisas maravilhosas!

        Falamos de 84, é porque, o senhor me pergunta, num é?… em 84 e muitos missionários falam em profecias de 84.

        Eu não conheço bem, mas por tudo que eu recebo da minha clarividência, a passagem do terceiro Milênio é muito amor, muita compreensão, um espírito esclarecido irá nascer na mente e no coração do homem.

2 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
00:00
(Repórter)
        A Senhora não acredita no Apocalipse?"

(Tia Neiva)
        O Apocalipse, nós acreditamos, eu acredito em tudo que está escrito, mas, uma interpretação um pouco diferente. O homem naquela época do Apocalipse ele era tirano, não tinha muito sentimento de amor como nós temos, eu acho essa Humanidade, e lhe digo, minha filha, eu jurei meus olhos a Jesus. Eu peço todos os dias, todas as madrugadas que Jesus arranque meus olhos o dia que eu tiver alguma vaidade, tentar enganar alguém, brincar com os sentimentos alheios ou qualquer coisa.

        Então eu vejo mesmo, cada dia Jesus parece que se compadece mais de mim e me traz as coisas maravilhosas. Absolutamente eu não vejo o fim do mundo, eu vejo é um princípio bacana, eu vejo é dois elos se encontrando.

(Repórter)
        Tia Neiva, a senhora pode nos dizer qual é o sentido da Cura?

(Tia Neiva)
        O sentido da Cura, a Cura desobsessiva. Porque toda enfermidade é pela obsessão, toda doença parte de uma obsessão. A Cura é desobsessiva e naturalmente a nossa medicação, o nosso bálsamo é… são os Mantras. Com a Doutrina nós retiramos, nós fazemos a desobsessão, e os Mantras curam. Obsessão de espíritos. Têm diversas maneiras de obsessão, por exemplo, uma esquizofrenia, em diversas, em diversas faixas, diversas faixas da esquizofrenia é obsessão, de forma que, se o homem tiver Jesus, o Evangelho no coração… Eu explico melhor e os senhores entendam. Por exemplo, Jesus que eu digo é o homem ser bom e ter a humildade suficiente pra dizer que acredita em Deus sobre todas as coisas. Deus na figura hieroglífica, Jesus amando, curando, essa é a minha doutrina simples.

(Repórter)
        Uma doença difícil como o Câncer, por exemplo, também é uma instituição obsessiva?

(Tia Neiva)
        É obsessão. É um espírito obsessor que vem numa cobrança, e ele, ele vem em uma forma de um caranguejo. Isso nós provamos em diversas faixas já materializados, ele forma no corpo e ele já vem, muitas vezes o câncer já vem com a pessoa quando vem reencarnar, já vem no feto.

(Repórter)
        E tem cura espiritual?

(Tia Neiva)
        Tem cura. Tem cura porque se nós, antes dele começar a cobrança nós estivermos dentro da nossa missão, nós nos curamos antes disso. Porque foi comprovado, em mim mesma, um câncer no pulmão. Comprovado por um dos maiores fisiologista do Brasil que é o Doutor Mário Pires.

        Inclusive já foram diversas pessoas ver a minha radiografia. E eu tô aqui, subi essas escadas, desci um pouco de medo, sabem? Mas, essa cura minha, eu recebi essa cura minha, essa cura minha durou, aliás, foi feita tem doze anos, doze anos!

        E eu tenho um trabalho, eu trabalho sem parar, vocês sabem. Eu sou mãe de 19, 20.000 filhos. Eu não tenho um momento assim de ficar, de poder descansar, de poder ficar quieta, eu estou sempre trabalhando. Muita paz, muito amor, muita realização, mas estou sempre trabalhando.

(Repórter)
        Qual é a Doutrina básica do Vale, o quê que a senhora ensina do Evangelho?

(Tia Neiva)
        Humildade, Tolerância e Amor. E a única exigência é o álcool, e uma Conduta Doutrinária, é a base de todas as coisas.

3 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
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(Repórter)
        Tia Neiva, voltando um pouco ao início, a senhora podia me explicar como é que se deu a sua Clarividência? O quê que a senhora viu? Como é que foi a Clarividência, a manifestação da Clarividência?

(Tia Neiva)
        Eu trabalhava muito, eu era motorista, tinha quatro filhos, era viúva, e trabalhava muito. Tinha sempre dois, três caminhões, e trabalhava assim, diariamente um. Então, quando começaram as primeiras visões, eu vi que… eu achei que era cansaço.

        Eu fui ao Padre Roque, ele disse que eu estava “endemoniada”. Aí eu tive uma decepção terrível, e por causa disso eu acreditei, como uma católica, eu achei que eu estava mesmo louca, sei lá, tava “no lixo”, não tinha jeito pra mim, então fui procurar um psiquiatra.

        E quando estava lá eu comecei a falar com ele, falar, doutor eu… e veio um psiquiatra assim e falei
        
Doutor, eu estou louca!"

Ele falou: Estafa.

        Eu falei: Olha, eu estou vendo, acredito que seja estafa, mas eu estou vendo uns espíritos, eles falam coisas, por exemplo, distante daqui, eu vou lá e está se dando aquilo exatamente. Encontrei com um espírito que esteve em Santo Antônio do Descoberto, falou umas coisas, que ele havia morrido, que o cemitério era no meio da cidade, eu fui lá, era exatamente! Mas ele estão falando nessas visões, falam coisas que eu nunca vi!

        Então ele disse… Nesse tempo se falava muito pouco em parapsicologia, graças a Deus, senão eu tinha entrado num sofrimento muito maior. Então ele tinha vindo, tinha uns dois dias que ele estava em Brasília, ninguém sabia quem era esse rapaz. Aí eu estou assim conversando, e contando como eram as visões: São visões mesmo Doutor!"

        Ele falou: É assim mesmo!

        Até ficou engraçado, eu falava uma coisa e ele…

        E saiu assim de um biombo todo estampado assim, naturalmente improvisado lá por eles, porque aqui, em 57, 58… 57. Então ali, saiu um “mortinho”, eu chamo de “mortinho” as pessoas recém-desencarnadas, e disse: Eu tenho 60 dias que desencarnei, 62…

        Deu assim, exatamente, sabem?

        “-Eu sou pai desse jovem médico psiquiatra…”

        E eu: Olhe, deixe disso, você ta me perturbando!

        Aí o médico falou: Ah, é assim mesmo, isso é assim mesmo…

        Até que eu não aguentei mais, e falei: Ele tá até falando que é seu pai, essa visão tá falando que é seu pai, que morreu e é seu pai!

        Aí ele deu um grito e falou: Tem sessenta e dois dias que meu pai morreu. E eu estou aqui, eu sei que ninguém sabe, porque eu vim, eu vim pra esquecer, porque ele também era psiquiatra!

        Esse médico saiu, e eu usava botas assim, trabalhando com caminhão, e dei um pontapé na porta, mas sai completamente louca dali de dentro, sabem?

        O Padre dizia que eu tava “endemoninhada”, o médico acreditou nas minhas visões, então eu não tinha mais nada, não é? Eu falei: Eu vou me matar!

        Fui pra casa e um motorista de outro carro disse: Olha, precisa lavar o carro da senhora, porque tá muito sujo.

        Eu falei: Já sei, eu vou lavar meu carro e vou sair daqui de Brasília, porque aqui que tem essas coisas, e vou procurar uma Igreja, um Convento, alguma coisa, que eu quero tirar essas, essas visões.

        Mas, encostei no Bar do Japonês, aí na Cidade Livre ainda era… Quando eu encostei lá tinha um senhor esperando o ônibus, e quando eu vi, uma mulherzinha desse tamanho assim, como se fosse uma televisão na cabeça dele, uma moça com um vestidinho de bolinha e uma sombrinha, sabe?… ai eu pensei. E ouvi uma voz dizendo: Esse homem está pensando nessa mulher…

        Mas eu disse: Tudo isso é meu consciente…

        Fazia aquela confusão. Quando eu vi a moça saiu de uma esquina e abraçou com ele, com o moço que estava pensando nela. Então eu fiquei: Bom, eu também sei do pensamento dos outros…

        Nisso eu olhei e vi 4 pessoas mortas naquela curva que tem na Cidade Livre, não sei se os senhores conhecem, era horrível, sempre havia desastres ali, o ônibus tombando e 4 pessoas mortas… 6 pessoas mortas.

        Aí o ônibus chegou e eu comecei a gritar, sabem? E segurei o casal, e a moça, ele sentou assim na minha mesa, e o rapaz aceitou, sentou na mesa, o Japonês veio de lá e falou: Ah, coitada, ela está meio louca essa moça, ele deve estar esta fada…

        E a moça ficou brigando com o rapaz: Ah, você conhece ela!"

        E eu fiquei ali, sabem? Falei: Eu vi a senhora morrendo agora mesmo, nesse ônibus!"

        E nessa confusão o ônibus saiu, deu partida e saiu. E essa mulher começou a brigar, brigar com o rapaz, que eu, ele devia ter me conhecido, que aquilo era trama minha, sabem? E eu assim desapontada, falei: De fato, eu estou louca mesmo!"

        Mas não demorou dez minutos, quer dizer, é pertinho, é como daqui ali naquele portão ou talvez mais perto, veio uma pessoa gritando: O ônibus tombou e morreram 4 pessoas!"

        Ai a moça veio: Ah, me perdoe, me perdoe…

        E eu empurrei a moça, sabem, aí eu já tava… Empurrei os dois e o Japonês: Olha, vamos tratar disso, isso é Espiritismo, isso são os Espíritos…

        O Japonês começou a conversar, eu olhava assim para o Japonês e pensava: Coitadinho… Ficou louco primeiro do que eu!

        Achei que aquilo devia ser uma coincidência. Mas esse fato eu criei um pouco de respeito, sabem? Aí continuou, as pessoas falavam comigo, eu via o que as pessoas estavam pensando, e virou aquela confusão, não é? Comecei a bater em gente…
4 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
00:00
(Repórter)
        A senhora acha que Brasília ó um lugar especial para as manifestações Espíritas?"

(Tia Neiva)
        Sabe meu filho, o Brasil todo! Brasília eu acho, nós estamos numa época muito bacana, sabem? Que todo mundo deixa a gente sossegado, eu acho tão bacana, sabem? Do jeito que está Brasília, ninguém nos aborrece, nós estamos aqui, infelizmente como invasores, né? Compramos essas terras e, no entanto, ninguém nos aborrece. O Governador, o Presidente, essas autoridades todas são tão boas, tão bacanas, que eu acho que nós estamos numa época abençoada mesmo de Deus!

(Repórter)
        Antes do vale, como é que a senhora veio pra cá?

(Tia Neiva)
        Depois… depois disso eu nunca parei.

(Repórter)
        Como é que a senhora veio pra cá, pra esse lugar? A senhora escolheu esse lugar?"

(Tia Neiva)
        Não, aí fui num lugar chamado Ordem… União Espiritualista Seta Branca! Eu fiz uma Ordem, fizeram e eu fui pra lá.

        Sim, fundaram a UESB e eu fui pra lá. Já… Ai eu já estava calma, e o único sentimento que eu tinha era que meus filhos não podiam estudar. Eu tenho quatro filhos, e não podiam estudar porque eu tinha que ir lá pra essa Serra, ficamos lá. E lá organizamos a primeira Ordem do Amanhecer. E eu não sabia nada, eu…

        Houve então, o Pai Seta Branca me colocou assim, instrução. Me arranjou um Mestre em Tibet, não sei se em Tibet, eu não sei, que eu digo a vocês que eu não conheço, já perdi a noção do tempo e do espaço, eu não tenho, muitas vezes eu não sei onde eu estou. E eu me transportava, meu corpo ficava, eu ficava semimorta, eles colocavam assim espelhos pra ver se eu respirava. E eu passava duas, três horas, agora, eu estava diante de um velho.

        Então, nessa Ordem, nessa Serra que nós chamamos a UESB, aí que começaram as primeiras instruções. Eu fui, eu fui e recebi o meu Mestre e me transportava, eu passava 2, 3 horas semimorta, e com ele eu aprendi todas as coisas.

        Tudo que existe de Religião, de Espiritismo, da vida fora da matéria, em nome de Jesus, eu sei. Tudo! Em todas as religiões, em todas as seitas, eu ia com os meus olhos, eu me transportava e conheço todos os fenômenos de todas as religiões. E gosto de todas elas, aprendi que eu devia amar a todas. Ensinando uma Doutrina, é claro, porque a minha missão é outra, mas em todas elas, eu não vejo nada que abone o homem numa religião.

        Depois de todo esse acervo foi que eu fui, eu fui semimorta para o Sanatório. Passei três meses só, me curei de uma tuberculose terrível, câncer, tudo em três meses.

        Fiquei em Taguatinga cinco anos, depois recebi a missão que já havia recebido desde 1960, 1959, que seria aqui e mais três lugares que eu ainda vou fazer, igual aqui ao Vale. Se eu viver, não sei se fisicamente eu aguento, mas nós vamos fazer agora o Amanhecer do Jaguar.

        Daqui a 50km, o terreno já está pronto, mas esse é diferente, esse eu tô fazendo um loteamento, esse é diferente, não é como no Distrito, esse é no Goiás mesmo, e vai ser uma cidade espírita. Eu não sei se é espírita, eu me considero Espiritista apenas.

        Nós não somos ligados a nenhuma outra Seita. Eu tive muitas dificuldades, porque toda hora era, sabem como é, uma perseguiçãozinha. Pessoas achando, uns achavam que o Doutrinador não era nada, o que era um Doutrinador, entenderam? O que é um Apará, por exemplo. Porque o Médium de Incorporação, esse é o Mestre de Incorporação, ele é o Mestre Lua, ele é um Mestre, mas não é um incorporador, uma incorporação. Apenas ele manifesta Espíritos? Não! Ele é um Doutrinador também! É diferente! De forma que eu sofri muitas incoerências aqui da terra com as ordens que eu recebia do espaço.

5 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
00:00
(Repórter)
        O quê que a senhora acha que as pessoas vêm buscar aqui no Vale do Amanhecer?"

(Tia Neiva)
        Vem buscar o que todo mundo está buscando: Amor… Amor e realização! As pessoas não se realizam se não tiver amor no coração. O homem não se realiza absolutamente se ele não tiver um esclarecimento da vida fora da matéria.

        Olha meu filho, a minha luta, só peço a Deus uma coisa que eu possa conseguir do Homem: uma grande parte, é que o homem tenha a Humildade de dizer: Eu acredito em Deus sobre todas as coisas!

        Aí ele, se ele tiver a humildade de dizer isso eu estou feliz, esse é o meu Evangelho! Porque a luta do Homem é não querer acreditar em Deus, não é? Isso é místico. E todo o meu desejo, toda essa obra, tudo que vocês estão vendo, isso aqui é um princípio da minha obra. Daqui a dois meses o senhor vai vir aqui, e vai ver tudo diferente, o senhor vai ver uma obra espiritual mesmo.

(Repórter)
        A senhora tem alguma história que tenha se passado aqui no Vale do Amanhecer que a senhora gostaria contar, alguma cura extraordinária, algum acontecimento?

(Tia Neiva)
        Meu filho, a todos os instantes eu tô recebendo essas curas, esses fenômenos já estão tão… Graças a Deus já estão tão… É tão natural aqui dentro, que efetivamente nem existe, existem tantos que… tudo aqui, você olha aqui pro Solar, tanta cura que foi realizada aqui. De ouvido, vista, pessoas que não ouvem, pessoas cancerosas, leucemia… você vê uma leucemia, eu saber que a pessoa vai morrer, mas aqui, como médium, ele vive três, quatro, cinco anos! Onde existe isso? A ponto dos médicos mesmo dizerem. Quando eu mando um paciente pro médico, ele já olha e: Foi Tia Neiva?

        Muitos deles já sabem que… Que é só mesmo a cura do corpo. Agora, aqui, eu não gosto de generalizar o Vale do Amanhecer, a minha Missão em Curas! Eu gosto da Doutrina! A minha Missão não é curar o corpo! Porque a medicina tá tão… é tão bacana, tá tão avançada! A minha Missão é única: Curar o Espírito, a Alma, o Espírito! Levantar o Homem assim, erguer, como eu faço! Quantas mil pessoas!

        Olha, um caso que ficou assim gravado, não é caso de cura, umas criancinhas, três menininhos, o pai recebeu o pagamento, na Ceilândia, e eles queriam não sei o quê, a mãe disse, falou
        
Não, vamos guardar esse dinheiro, o que sobrou, porque nós vamos no Vale, seu pai vai deixar de beber!"

        Quando as crianças chegaram aqui, eu fiquei sabendo no meio da fila, eles sabem disso, não é? Quando eu chamo eles e falo: Olha, vai pegar aquela pessoa lá na fila porque ele precisa disso…

        Ele veio, e eu convidei, internei esse rapaz aqui. Esse homem, decaído, parecia um velho. Um homem de trinta e seis anos parecia um velho! Esse homem deixou de beber, hoje é um grande Doutrinador! E os menininhos são Magos, são do Pajezinho, que eu conto histórias, sabem? E é uma família equilibrada.

        Esse homem que precisava guardar esses 15 cruzeiros, eu sei até a quantia, pra vir aqui ver a Tia Neiva, ele já tem uma Kombi, entenderam? Já tem uma Kombi, uma Kombizinha! É isso que eu gosto!

        O homem doente tem mil médicos aí, especialistas que curam mesmo! Eu quero ver é o homem que tá lá no ranchinho dele, na invasão, se arrebentando com um salário, sem saber o quê é que vai fazer da vida. Minha missão meu filho, é só essa!

        Agora as crianças eu faço diferente. Eu tô com mais de trezentas não é Mariza? Do Pajezinho? Ela é uma das Presidentes do Pajezinho. Olha, uma mocinha como Mariza, que os senhores já devem conhecer. Ela vem tomar conta dessas criancinhas. Eu gravo, eu gravo, eu gravo historinhas do Pajé, e eles vão, de um cientista que estudou muito e descobriu uma Aldeia Encantada, nesta Aldeia… Tá entendendo? Tinha pequenos índios, tinha um Velho Pirata preso há duzentos anos. Esses cientistas, eles libertaram, eles libertaram o Pirata que era muito malzinho, que tinha enterrado um tesouro e aquele tesouro não lhe servia, só o que lhe serviu foi a ciência, toda a ciência dos cientistas, não é?

        Então eu conto histórias, tirando, mas é só pra tirar aquelas obsessões da casa deles. Tirando Espiritismo da cabeça, que eles vão, acompanham os pais pra terreiros, acompanham os pais aqui mesmo pro Vale, os pais incorporando, sabem? Então eu tiro das crianças, dos filhos dos médiuns, todo esse acervo horroroso de obsessão, não é? Que a criança se cria naquela… então, eu não quero que a criança seja mística!

        Eu quero que a criança seja o homem de amanhã! Depois ele procure, ele procure Deus, ou ele… Que ele procure a seita que ele quiser a religião que ele quiser, mas não acompanhe os pais.

(Repórter)
        A senhora bebia antes, a senhora bebia bebida alcoólica antes ou nunca bebeu?"

(Tia Neiva)
        Não. Eu bebia champanhe assim numa festa, gostava de um vinho doce, mas depois eu não bebi mais.

(Repórter)
        Por que os Médiuns não devem beber?

(Tia Neiva)
        Porquê nós trabalhamos com os Mantras, de som. O álcool não impregna, fica impregnado no ectoplasma e eles não conseguem. Com o álcool eles não conseguem, eles não conseguem assim, se transportar às barreiras de som, e a doutrina não é tão pura como com o ectoplasma puro. Mas ele faz mal só pra ele, não faz a mim. Faz pra mim porque eu amo e fico triste quando ele bebe. Compreenderam? E o álcool é mesmo… É o tabu daqui: Não pode beber.

6 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
00:00
(Trino Tumuchy)
        Salve Deus!

        Meus irmãos a nossa organização é bastante simples. Nós somos um grupo de espíritos e cristãos dentro da Lei Crística, dentro dos princípios de Nosso Senhor Jesus Cristo, cujos princípios são bastante simples: é a Lei do Amor, a Lei do Perdão que foi estabelecida há 2.000 anos.

        Uma Lei que é Universal, Jesus nunca fundou religião alguma, fundou apenas uma escola chamada Escola do Caminho. Essa escola é uma espécie de escola para espíritos, quer dizer, o planeta é realmente uma espécie de universidade, uma universidade para os espíritos em trânsito. É por isso que Jesus chamou e depois os cristãos chamavam assim “Escola do Caminho”.

        Além disso, é também uma forma de ajudar os espíritos em trânsito, porque nós aceitamos o princípio da reencarnação. Nós partimos desse princípio de que os espíritos são sempre os mesmos, são as individualidades, e periodicamente eles retomam o que eles chamam a sua personalidade. Em cada encarnação é uma personalidade diferente. Então, para que os espíritos executem as programações que eles traçaram, cada um de nós traça o seu próprio programa ao vir para esse planeta, rigorosamente, assistido dos planos espirituais, com uma visão que vai acima do bem e do mal. Então nós viemos para esse planeta para ajustar as nossas situações, para evoluir, assim como quem se matricula mesmo numa universidade.

        E para que não haja falha, para que o aproveitamento da vivência do espírito seja total, então Jesus preparou todo um sistema. Sistema esse a Lei do Auxílio. A Lei do Auxílio é a Lei da Caridade, do Amor, da Tolerância, da Humildade, essas coisas fundamentais do Evangelho são universais e ninguém pode se enganar. Não é problema de definir documento, de livros, ou escritos ou de dogmas, não! Todo mundo pode entender facilmente a ideia do Amor, a ideia da Tolerância, da Humildade, do Perdão, a interrupção nos ciclos de ódio. Toda organização de Jesus foi para trazer, nós chamamos Sistema Crístico, para trazer esta oportunidade como outras foram trazidas antes para esse planeta e outras serão no futuro, ninguém sabe.

        No momento o que nos concebe é o sistema de Jesus, que foi organizado para esses 2.000 anos, organizado aqui nos planos etéricos, nos planos espirituais. A maior parte das coisas que estão fora do nosso alcance, porque há muita especulação em torno do que é isso, do que é aquilo, e na realidade o ser humano para viver essa vida plenamente ele depende quase que exclusivamente dos seus sentidos e do aparelhamento que ele já veio preparado quando veio para este planeta.

        Nós viemos para esse planeta inteiramente programados, preparados sabendo o que nós viemos fazer, conscientemente. Alias até vir para esse planeta é a mesma coisa que passar num desses vestibulares difíceis, não é fácil as vezes conseguir uma encarnação. O planeta é uma escola desejada, uma escola boa, uma escola que oferece grandes oportunidades ao espírito. E quando chega aqui, por um processo que naturalmente que só a sabedoria divina entende, nós não trazemos a memória daquelas coisas que nós planejamos. Aquilo é uma memória oculta no íntimo de cada um, é como se fosse, digamos assim, um “cassetezinho”, vamos dizer, da nossa própria existência e essa memória vai se desenrolando através dos tempos e nós vamos sabendo a cada momento, quais são as coisas que devem ser feitas ou não devem ser feitas, o que é bom pra nós, o que é bom para os outros ou qual é a nossa posição nesse universo.

        Mas como há naturalmente, como se trata de uma escola, tem testes, tem provas, tem situações difíceis, tem enigmas a serem decifrados. Então cada ser humano é um enigma que deve decifrar a si mesmo. E esse misto consiste o bom da vida. Todas as oportunidades do mundo físico, do mundo social, os problemas difíceis, os conflitos humanos, tudo foi preparado mesmo assim como de propositada mente para caia nos tropeços, nas quedas, na luta a gente vá apreendendo e vai percebendo o ser transcendental que há na gente.

        Então a ideia de religião é uma ideia natural. Todos os povos em todos os tempos sempre tiveram-na. Quer dizer significa apenas “ligar-se a si mesmo”, ligar-se ao seu ser transcendente, ligar-se ao seu espírito que é transcendente, eterno. E ligar-se e estabelecer uma sintonia entre a sua vida física, o seu mundo psicológico, social, a vida da sua alma, a vida da psique e o mundo transcendente. Quer dizer, são três gamas vibratórias diferentes, são três leis: é a Lei Física, que deve ser obedecida, ninguém pode transgredir as Leis Física, as pessoas comem, dormem, o corpo físico é fundamental, é o veículo, a Lei Psicológica, as leis sociais, a lei da educação, as leis que os homens fazem que também tem que ser respeitadas porque são as leis feitas por cada grupo, cada circunstância para ser adequada aos seus meios, inclusive os fatos negativos, porque eles são testes para os espíritos.

7 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
00:00
        E a Lei Espiritual que é transcendental. Toda caminhada do homem, toda nossa doutrina, toda a vida de Jesus, fazem esse homem caminhar para Deus. Então, esse caminhar para Deus é o caminho da vida comum de cada dia. As religiões, as doutrinas, são todos meios, instrumentos que os professores, vamos dizer assim, os professores siderais, os professores dos planos superiores nos propiciam para que nós possamos realmente aproveitar bem nossa existência.

        E, é dentro da Lei de Auxílio, através dos tempos, sempre são organizados grupos, religiões, sistemas para cada grupo, para cada povo, para cada ponto do planeta, naturalmente é de acordo. O mundo todo é organizado em falanges, em grupos, em religiões, etc… e todas visam à mesma coisa: proporcionar ao homem um encontro consigo mesmo. E isso com religião ou sem religião, o homem sempre se encontrará. O problema é que, graças a Deus, lógico se fizemos planos de veículo, de automóvel você não vai andar a pé. Quer dizer, o mundo moderno nos oferece muitas oportunidades: as comunicações, os sistemas. E o Vale do Amanhecer, dentro desse contexto, em dar ao homem uma oportunidade de se encontrar com aquilo que tem de mais valioso que é o transcendente, são os valores acima do bem e do mal que estão dentro de cada homem, o Vale do Amanhecer é um grupo organizado, moderno, baseado numa Clarividente, comprovadamente, cuja ação comprovada de idoneidade, de mensageira do plano superior já foi verificada de todo jeito, que há 20 anos ela vem proporcionando essa oportunidade e trazendo as informações diretas dos planos superiores porque o nosso grupo é um grupo organizado já há milênios. Nós nos repetimos periodicamente, só trabalhamos em época de confusão, agora nós estamos assistindo o fim de um ciclo, as coisas estão se deteriorando, o homem está numa espécie de autodestruição, isso é um fato que se pode verificar facilmente, mas no meio disso os espíritos estão aprendendo rapidamente, quando piora a situação, mais aprende, e nós temos que proporcionar o encontro dos indivíduos consigo mesmo em qualquer que seja a situação.

        Então pelo nosso princípio fundamental, nós não admitimos que uma pessoa, qualquer que seja ela, em qualquer parte do planeta, nenhum ser humano tem o direito de não se realizar e ser infeliz. Haja o que houver qualquer que seja as circunstâncias. Tudo gira em torno de leis perfeitas, os indivíduos recebem de volta as coisas que plantaram, tudo o que nos acontece é de nossa própria autoria. As pessoas que nos cercam são apenas instrumentos desses acontecimentos, ninguém é culpado de ninguém fazer nada, nós é que respondemos individualmente. Se nós somos felizes é que nós plantamos coisas para as pessoas nos trazerem felicidade. Se nós somos infelizes é que nós proporcionamos condições para que as pessoas nos trouxessem a infelicidade. Mas os portadores não são culpados perante nós, são culpados perante si mesmos. Porque Jesus foi muito claro: “o mal terá que vir ao mundo, mas ai daquele através do qual o mal virá ao mundo”.

        Então dentro dessa clareza evangélica que não depende de muita teologia, não depende de muita complicação religiosa, nós trabalhamos num plano bastante simples. A nossa função é dar atendimento, proporcionar a qualquer pessoa que nos procure, não importa quem ela seja e da onde venha, proporcionar oportunidade dela encontrar o seu próprio ponto de equilíbrio, encontrar a si mesma. E por isso nós não fazemos proselitismo, nem obrigamos ninguém ser religioso ou deixar de ser, acreditar ou não acreditar, não importa! Importa que ela se encontre e se realize dentro daqueles valores que ela conceituou como bom para si mesmo.

        Então essa posição do Vale de absoluta isenção de julgamento é que tem jogado o Vale para frente. Não é só isso. Há uma filosofia clara, insofismável, tudo aberto, não há complicações filosóficas e ao mesmo tempo há uma capacidade fabulosa, técnica de manipular energias animais da terra que é o ectoplasma, é a mediunidade, que aliás, é um fator biológico, não é um fator religioso. Todos os seres do planeta têm a sua mediunidade. Mediunidade é uma energia física que tem mais sutiliza do que as outras energias verificadas nos laboratórios e que é capaz de nos colocar em contato com o transcendente, colocar em contato com a outra dimensão. Isso acontece à revelia de qualquer religião, de qualquer espiritismo, não foi o espiritismo que inventou isso.

        Então nós utilizamos essa força animal do ectoplasma que é produzida no sangue humano, nós chamamos de “energia do jaguar”, e essa energia pelo seu magnetismo ela tem capacidade de, bem manipulada no sentido bom da palavra, dentro das leis positivas, da lei de Jesus, do perdão, do amor, esse ectoplasma proporciona um contato com as energias dos planos superiores. Nós só não usamos como são atraentes para as energias do céu. Trazemos as energias do céu e as distribuímos na terra porque você não trata de uma pessoa sem ser com energias. Com força, com capacidade, com segurança. Então essa segurança, essa capacidade técnica que é uma nossa herança espiritual desse grupo que Neiva é a líder, vamos dizer assim, é ela que traz a força e os mestres principais que são mais próximos dela e que obtém, e que estão sempre dispostos a se classificar para obter as técnicas e informações, através desse grupo e através desse sistema nós temos superabundância de energias, nós conseguimos manipular as energias, resolver a vida das pessoas, mesmo a revelia dela. Desde que ela tenha merecimento não importa se ela está revoltada, descrente. Como ela tem merecimento, Deus nos traz a nós e nós trabalhamos e graças a Deus ela não fica nos devendo nada. Nós nunca podemos cobrar nada de ninguém porque as pessoas vêm buscar aqui, o que elas pediram a Deus, o direito que elas têm de receber perante Deus, nós somos apenas os portadores.

8 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
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        Então, com que direito nós teríamos de cobrar qualquer coisa de qualquer pessoa? Nós é que pagamos para trabalhar! Nós recebemos essa graça, esse direito de ter essa força, essa capacidade, e chegam as pessoas e a gente dá a elas, e sentem aquela satisfação de ver as pessoas saírem felizes, esperançadas, com a cabeça levantada. Chegam pessoas desesperadas, no dia seguinte, daí a uma hora, duas horas, ora, que maior maravilha nós poderíamos ter?

        E que preocupação nós podemos ter de qualquer sentido material, por exemplo, da vida? É verdade, nós também somos seres humanos, temos nossas dores, temos nossos carmas, temos nossos sofrimentos, mas nós sofremos menos que os outros, isso sim. Porque a dor é uma coisa, o sofrimento é outra! A mesma dor produz sofrimentos diferentes. E nós não sofremos aqui! Nós somos um grupo alegre, pra frente. Esse grupo mediúnico a maior parte são jovens, vocês podem verificar isso, essas câmeras vão verificar. É um pessoal que mesmo sendo, são dispostos, alegres, vivem, gostam da vida, amam a vida, amam todas as coisas, o mundo físico, o mundo psicológico, o mundo social, os valores sociais, tudo é bacana! É quando é usado com o coração tranquilo, em paz, equilibrado, que você gosta de você mesmo! Nós aprendemos aqui, aquela lição de Jesus que ninguém pode negar que é insofismável: “ama ao próximo como a ti mesmo”. Nós aprendemos a nos amar! Eu gosto de mim, eu acho bacana! Eu gosto da minha pessoa física, eu gosto da minha pessoa. E gostando de mim eu tenho mais facilidade de gostar dos outros. É impossível você amar as pessoas sem você amar a si mesmo! É impossível você ajudar a qualquer pessoa se você não se ajudar a si mesmo.

        Esta lei é tranquila. Se você tem um bom corpo, tem saúde, você sentir que o sangue corre nas suas veias quentes, sentir o coração cheio de ansiedade, de curiosidade, de vontade de viver. É preciso você procurar no meio social as pessoas que te cercam, amar as pessoas, gostar de pessoas, se sentir bem com as pessoas, não ter o egocentrismo. Egocentrismo é bom, é biológico, se não tiver egoísmo, o mínimo de egocentrismo você perece. Mas além do egocentrismo tem o amor. Ver que todas as pessoas afinal são como você que estão aqui nesse planeta, também nessa escola são seus colegas. Então vamos lá, vamos tratar do assunto. Isso sem santificação, sem falsa santidade, sem falso preconceito, sem superstições. Tudo é tão claro, tão simples, a natureza nos ensina tudo.

        Isso é que é o Vale do Amanhecer! É um grupo de pessoas bem-dispostas a ajudar outras pessoas, se sentindo bem com isso, não fazem nenhum sacrifício. Pois é minha gente, isso é que é o Vale do Amanhecer. Vale do Amanhecer é uma ideia, uma filosofia, é um novo “approach", é uma nova maneira de ver o ser humano, uma perspectiva nova. A nossa filosofia pode ser usada em qualquer meio, em qualquer religião. É só ver o ser humano com o valor que ele representa. Um ser humano é algo de extraordinário, é a coisa mais perfeita daqui da face da Terra, levou milênios para serem aperfeiçoados. E nós temos que valorar o ser humano pelo que ele é, pelo que tem dentro de si, nesse caminho.

        O Vale do Amanhecer é isso! Simples, nós não nos preocupamos com o intelecto, com coisas complicadas, de altas filosofias ou teologias, nós nos preocupamos com o imediato! É a dor humana como ela se apresenta, sem sofisticação, sem falsos preconceitos. Nós pegamos as pessoas como elas chegam, fazemos aquilo que nos é possível, e às vezes até o impossível e queremos que a pessoa continue o seu caminho. Não estamos muito interessados em fazer proselitismo, fundar religiões, organizar coisas materiais. Nós somos obrigados, é lógico! Você não pode trabalhar sem a máquina, os meios, que são os instrumentos dos espíritos. Então você tem que se organizar ritualisticamente, você tem que colocar pessoas dentro de situações que elas tenham mais facilidade de descobrir seus talentos. E cada médium desses é um mundo a parte assim como cada ser humano, não existe dois iguais. Então nossa hierarquia, por exemplo, nós não estabelecemos uma hierarquia que o médium vai preencher aquele. Não, ao contrário! Nós fazemos a hierarquia para o médium! Cada ser humano traz um monte de valores, uma complicação de energias de todas essas experiências anteriores. Nós aproveitamos, as nossas vestes atendem a esse fato. Agora o fato fundamental é o valor que nós emprestamos a qualquer ser humano. Nós não aceitamos a ideia, não admitimos que um sujeito tenha o direito a ser infeliz nesse planeta. E a felicidade, o equilíbrio é um problema próprio. Não existe uma felicidade teórica, abstrata. Existe o bem-estar do próprio sujeito com ele mesmo, as pessoas consigo mesmas, que gostam de si mesmas. Isso não importa também, isso não significa posições sociais. Não significa riquezas materiais ou pobrezas materiais. Significa uma harmonia do indivíduo com seu universo. Isto todos podem conseguir. Quanta gente pobre, vivendo nas piores condições que tem a sua felicidade própria? Então é um problema pessoal, evidentemente pessoal, individualizado. Nós não gostamos de pensar em termos coletivos, pegar multidões, fazer multidões. E por curioso que seja nós somos uma multidão, mas é uma multidão de indivíduos. Cada um especificamente com suas forças, respeitando sua vida particular, não temos nada que ver com a vida com que as pessoas levam, não repreendemos, não estabelecemos maneiras de comportamento, a não ser o comportamento doutrinário, mediúnico. O comportamento, quer dizer, uma Conduta Doutrinária, porque nós estamos num recinto sagrado, oferecendo oportunidades às pessoas. E as pessoas não poderiam chegar aqui e encontrar certa permissividade além de certo limite. Mas somos tolerantes mesmo com as coisas, não estamos aqui para reformar a sociedade, não estamos aqui para fazer movimento contra ninguém, nem religiões, nem governos, nem nada, graças a Deus, estamos em paz com todo mundo.

        Nós temos um anel que nós usamos em certas cerimônias que significa “estamos em paz com o Universo”, “Eu estou em paz com o Universo”. Isso aqui não é demanda, por isso que muitas das religiões nos procuram aqui, graças a Deus! Todos estão fazendo a sua missão. Nós amamos a todos! E não tem censura a ninguém, não tem nada a recriminar de ninguém, graças a Deus! O problema é só que, quanto mais pessoas vêm, mais nos aparelhamos. Nós estamos sempre prontos, sempre um pouquinho na frente. Agora mesmo nós estamos já, porque essa Doutrina é dinâmica, ela não para assim numa meia dúzia de ideias. Ela vai recebendo energias do céu, constantemente, na proporção em que os médiuns vão se dispondo a aceitar. Também nisso há muito o livre arbítrio, nós prezamos o livre arbítrio do ser humano antes de tudo. Então na medida em que os médiuns se dispõem e vem pra cá, e permanecem e estão trabalhando, então vêm novas energias do céu. Novas energias significa maior capacidade de atendimento. Hoje nós somos 20.000, amanhã seremos 30.000, não importa, não queremos nem saber, o problema é dos mentores espirituais. Todo esse planeta é controlado pelos mestres, pelos mestres planetários que nós chamamos aqui de Ministros, sob a égide de Jesus Cristo, o Mestre Jesus, o grande Mestre dessa humanidade, o Senhor do Sol. Trabalhamos sob as forças do sol e da lua porque são as forças que são perceptíveis aos nossos sentidos. Trabalhamos com as energias em tudo que nós fazemos, fazemos conscientemente de que sabemos o que estamos fazendo. De maneira que nós estamos comprovados como autênticos, e isso também nós não fazemos questão de dizer que nós somos. Deixamos que as pessoas verifiquem que nós somos.

9 • ENTREVISTA COM TIA NEIVA E MARIO SASSI
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(Reporte)
        O senhor acha que o medo traz muita gente ao Vale do Amanhecer?

(Trino Tumuchy)
       Muita gente pensa em termo de “medo”. Mas o medo na realidade é apenas uma parte do mecanismo psicológico, que se não existisse o fator “medo” o ser humano pereceria já na primeira infância biologicamente.

        O animal tem medo. O medo faz parte intrínseca da humanidade. O que nós temos, a preocupação, de que a nossa ideia, a nossa perspectiva de ser humano vá atingir outros grupos, é o medo exagerado, é o medo elevado a uma situação de trauma psicológico, é o medo da neurose, ai já é uma situação de anormalidade mental. Mas o medo natural, esse é normal! Todos nós temos medo do futuro, temos medo de ficar velho, temos medo de cair, temos medo de ficar pobre. Graças a Deus! Se não houvesse isso, ninguém lutava!

(Reporte)
        Deus não projeta o sentimento religioso mais forte?

(Trino Tumuchy)
        O sentimento religioso no seu bom sentido, o sentimento de…

(Reporte)
        O medo não aumenta o sentimento religioso das pessoas?

(Trino Tumuchy)
        Numa ideia que a religião significa “religar-se”, ligar-se ao seu acervo transcendental. O medo leva realmente a pessoa procurar a religião. Ai também o medo é o sentido natural. Porque na medida em que nós vamos vivendo, nós vamos desconfiando que nós estamos desperdiçando nossa vida, automaticamente nós vamos procurando alguma coisa fora dos conceitos puramente psicológicos, algo mais. Essa busca, o medo também tem um sentido.

        Qual seria outro motivo psicológico para procurar a religião? A religião é uma forma, é um artifício escolar para levar as pessoas a se encontrarem. Se você tem medo de ficar pobre, você vai se instruir para ganhar mais dinheiro. Certo? Você vai para a escola porque tem medo de ficar analfabeto.

        Então está certo, depende do conceito. Não vamos exagerar o conceito, nem dizer que a religião é só um refúgio para os apavorados. Não! E um sentimento natural. Os índios não precisariam de religião, então! Eles não têm medo! Tem medo? O medo é, até certo ponto, ele é um mecanismo psicológico natural. Agora exagerado, levado a uma hipertrofia neurótica, então o medo já se tornou um defeito mental.

        E as religiões também tem medo: tem medo de perecer, tem medo de desaparecer. Então procuram se assegurar com proselitismo, é sempre o medo. Mas não vamos transformar o medo num… Vamos pôr o que ele é: é um sentimento natural colocado biologicamente no ser humano como uma forma dele procurar as coisas.

(Reporte)
        … sobre a questão de milagres, como se dão as curas?

(Trino Tumuchy)
        A pôs não, a cura significa o reequilíbrio da pessoa. Nós temos uma divisão natural em 3 campos vibratórios. Um plano puramente físico, molecular, aonde há uma lei que controla, a lei da sobrevivência. É a transformação das energias da terra. O ser humano absorve, transforma essas energias, absorve, desassimila. Assimilar e desassimilar as energias da terra e conservar uma tônica de equilíbrio, de saúde. Há um segundo aspecto que é o equilíbrio psicológico, é o mecanismo mental, é o sistema sensorial, que forma a chamada nossa “alma”. Então ela também está sujeita a leis. Se você não procede de acordo com certos padrões de comportamento de seu grupo social mais próximo, você entra em desatino, em desarmonia com esse sistema. São as contradições que existem entre você e o meio, formam os traumas psicológicos. E isso também elevado, exagerado, elevado a uma situação de extremo, leva aos traumas que provocam distúrbios do sistema nervoso. Que pode ser provocado inclusive por meios físicos, com drogas, etc… que leva ao desequilíbrio da mente. Que a mente é um processo, é um sistema, é uma organização como é o corpo. Ambos conjugados, acoplados, vamos dizer assim.

        Agora, existem os desequilíbrios que você já traz como herança do seu espírito. Os espíritos vêm pra cá já com seus desequilíbrios para justamente se reequilibrar através do corpo e da alma.

        Então o que é a Cura? A Cura não é simplesmente você aplicar um remédio e curar uma ferida. A Cura é você restabelecer em primeiro lugar os tecidos, as moléculas físicas, com a aplicação de energias de planos mais vibráteis que é o Plano Espiritual que é os planos onde nós buscamos as energias, restabelece a harmonia das moléculas, restabelece a harmonia do sistema psicológico, e com isso você propicia ao espírito se restabelecer.

        Quer dizer, você equilibrando o aparelho, equilibrando um instrumento que é o corpo e a alma, você propicia ao espírito a expressão que vai levá-lo a compreender o equilíbrio.

        Então a Cura mesmo, não é simplesmente a cura física que vem, você chega, aplica remédio e nem ela substitui a medicina. A medicina é toda calcada exatamente no reequilíbrio do organismo e no estilo do organismo funcionar independente dos medicamentos. Só se dá medicamento um certo tempo só. Nós também damos o medicamento espiritual certo tempo.

        A Cura é o equilíbrio dos três planos: do plano físico, do plano psicológico e do plano espiritual.

(Reporte)
        E o milagre?

(Trino Tumuchy)
        Salve Deus!

        Não, milagre é uma palavra que não foi cunhada no espiritismo. Não existe milagre! Bom, depende do conceito. Se você quer chamar de milagre, muitas vezes a pessoa chega nas piores condições, com problema dificílimo que às vezes é não conseguir um diagnóstico ou uma terapêutica adequada, porque o problema reside em campos que a medicina, que lida com campo molecular, não atinge, então você consegue o equilíbrio daquilo e parece um fenômeno: Meu Deus, a medicina não curou, o espiritismo curou.

        Não, não existe isso! A medicina cura aquilo que lhe é competência, e é muito evoluída. A medicina atual é um dos campos mais desenvolvidos do conhecimento humano. Agora ela tem os limites porque ela cuida, dentro de um processo civilizatório normal, ela cuida exclusivamente do corpo físico e existe uma medicina incipiente, que é a medicina da psique, a psiquiatria, que cuida dos problemas humanos. Mas estando relativamente atrasada em relação à medicina ortodoxa, do corpo físico, então ainda está engatinhando como todas as ciências humanas. Mas assim mesmo a psiquiatria e a psicologia já conseguiram resultados notáveis, graças a Deus! E apenas as dificuldades é que o próprio limite científico é que cerceiam um pouco a evolução dessa ciência. Mas curar, não existe milagre, ou é ou não é!

        A pessoa chega, ela já tem dano celular, ela tem dano psíquico, o sistema nervoso já alterado. Às vezes as células nervosas não se refazem mais, porque as células nervosas são insubstituíveis, elas não se recompõem. É impossível fazer a cura! Você se perder uma perna ninguém lhe dá uma perna nova, a não ser uma perna artificial. Mas dentro do limite do próprio indivíduo, isto pode ser conseguido fenômeno, às vezes. Mas fenômeno cujo mérito é do próprio indivíduo. Porque a nossa vida não é controlada por simples valores físicos, a nossa vida é controlada por uma gama de valores, muitos dos quais ultrapassam nossa própria consciência.

(Reporte)
        Me fale agora sobre o Vale do Amanhecer.

(Trino Tumuchy)
        O Vale do Amanhecer tem um aspecto físico, mas é bastante simples. Em primeiro lugar a comunidade que se formou especificamente não tende a aumentar. Ela é apenas uma decorrência, um subproduto da frequência. Chegam aqui médiuns que às vezes precisam, ou por necessidade de serviço ou por necessidade própria, vão ficando por aqui. Crianças abandonadas, nós também não os indicamos a assistentes sociais, não é nossa função essa.

        Mas existe sempre um certo número de pessoas que a gente não vai se furtar a dar assistência social, isso é mais especialidade de outros grupos. É como diz, aqui nosso processo, nós temos um espírito, que é um grande mestre dessa corrente que nós chamamos Pai João de Enoque diz assim: “Não meus filhos, não adianta dar muito peixe às pessoas, é preciso ensiná-las a pescar.”

        Nossa função é ensinar as pessoas a pescar, não é dar peixes a elas o tempo todo.

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